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Reunião na Biblioteca

quinta-feira, 1 de maio de 2014

TRABALHO



                                                           Pedro Israel Novaes de Almeida

No primeiro dia de maio, a humanidade festeja o trabalho, parada.
É como se festejássemos o dia do alimento, em jejum.  Grande parte dos homens enxerga o trabalho como algo antagônico ao lazer, quase um mal necessário.
Na antiguidade, as elites não incluíam o trabalho dentre as funções nobres a que se dedicavam: caça, mando, guerra ou sacerdócio. O principal atributo das elites, que as faziam invejadas, era o pouco trabalho.
Pobres, ricos e remediados sempre concordaram em um ponto: o trabalho enobrece os outros. Como a humanidade atravessou milênios e acabou sobrevivendo, é justo afirmarmos que muita gente andou trabalhando.
As conturbadas relações de trabalho pontuaram a história humana, e o processo civilizatório fez sucumbir nossa mais funesta fase, da escravidão. Negros e povos vencidos em guerras de conquistas foram, durante séculos, tratados como animais.
Os índios, selvagens mas espertos, cuidaram logo de demonstrar que não se prestavam ao trabalho forçado, e acabaram livres. Dizem as más línguas que a escravidão, apesar das convicções, empenhos e humanismo de valorosos ativistas, acabou em virtude de haver se transformado em um mau negócio.
A duras penas, e muitas cotoveladas, conseguimos sair da jornada de treze horas diárias para outra, de no máximo oito. A formalização do trabalho e o advento de leis que protegem o trabalhador humanizaram o ambiente, e ainda há muito a ser feito, no mister.
Uma série de atividades, como a arte, criação e outras modalidades da virtude humana foram intensamente valorizadas, ultrapassando o carcomido conceito de que trabalhar é carregar pedras e cansar o corpo. A verdade é que o trabalho possibilita nossa sobrevivência e progresso.
Politicamente, as relações entre o capital e o trabalho geraram conturbações no contexto dos povos, e ainda hoje contrapõem pensadores de todo o mundo. A verdade é que o velho sonho de uma vida sem patrões ainda não foi realizado.
Trabalha-se para empresários, parceiros, Estado ou para si próprio. Em alguns regimes, trabalham todos para o Estado, à exceção de dirigentes e membros do partido, não raro único. É tendencia mundial a humanização de todos os regimes.
Há uma generalizada confusão entre trabalho, emprego e serviço. A maioria prefere trabalhar em emprego que envolva pouco serviço.
A automação do trabalho diminui o número de empregos, mas melhora o salário e o ambiente das vagas que restam. A educação e a profissionalização são cada vez mais exigidas e valorizadas, constituindo sua falta a principal limitação ao desenvolvimento e progresso de muitos povos.
O trabalho é, a um só tempo, direito e dever de todos, e cumpre valorizá-lo, por mais humilde ou rústico que seja. O trabalho sociabiliza e educa.

Convém parar por aqui, para que o leitor, ainda que a contragosto, possa retornar ao trabalho.

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