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Reunião na Biblioteca

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

É BOM MUDAR O RUMO DAS COISAS?



Plínio Montagner

Ninguém discorda de que os pais têm a obrigação de educar os filhos a fim de que consigam escolher por si os melhores caminhos. Mas esse empenho da família parece que nunca termina. É! Não termina mesmo.
Famílias unidas são como touceiras de bambus, cujas raízes e caules entrelaçados, se vergam quando açoitados pelo vento, mas suportam as mais fortes tempestades.
Filhos fora de casa, mesmo por pouco tempo, deixam os pais aflitos. Talvez por isso estejam permanecendo mais tempo na casa dos pais.
Os filhos anseiam sua independência, viver a própria vida. Mas sem dinheiro, sem emprego, sem segurança, como deixar o aconchego confiável dos pais, por mais modesto que seja?
Nessa relação de dependência econômica familiar as ingerências dos pais acontecem. Afinal são eles que provêm a família.
O que mais preocupa são as cobranças, embora necessárias, praticadas de forma invasivas, ou inadequadas, a ponto de humilhar o outro.
Em verdade, quem não aceita conselhos e críticas deveria viver sozinho; mas, se ficar junto à família, tem a obrigação de seguir as regrinhas básicas do convívio familiar.
Mudar a personalidade dos outros é algo inimaginável, pessoas são iguais à natureza.
Fazendo uma comparação com uma árvore que nasce torta - o que seria melhor - deixá-la do jeito que está ou tentar endireitá-la?
Filosofando um pouco, meu amigo Otto deu a resposta: a forma correta da árvore é a que está. Ela nasceu para ser torta.
Dizem os especialistas que o certo e o errado dependem da adaptação de nossa visão à realidade e aos costumes. É preciso entender que ninguém muda; fingem que mudam por precaução.
E mais, pessoa perfeita não existe, seja pai, mãe, padre, empregado, filho, filha, nora, genro, marido, mulher...
Meu pai resolvia situações conflitantes assim: cada um é como Deus fez.
Querer endireitar a forma de uma árvore a fim de deixá-la igual ou parecida às outras de sua espécie, vai acontecer que ela vai rachar, tombar e morrer.
Com amigos é igualzinho. Amizades ficam debilitadas por uma simples demonstração de sinceridade. É a hora em que a mentira é necessária.
Pessoas não são como casas, que podem ser reformadas.
Quem critica o outro a vida inteira, e vê que o outro não muda, por que não percebe que está fazendo a mesma coisa que o outro?
Até os 4 ou 5 anos de idade as crianças aceitam tudo o que ouvem, obedecem e aprendem. São como barro mole. Depois, não adianta mais insistir, o barro endureceu, a personalidade se formou, e vão fazer as coisas do seu jeito.
 Não é de pequenino que se torce o pepino?
 Muitos sofrimentos seriam evitados se o homem enxergasse as coisas do jeito que elas são, e não como gostaria que fossem.
Por isso é bobagem colocar nossas expectativas na vida dos outros, pois o “torto” pode ser a melhor forma de uma pessoa ou de uma árvore se desenvolver e viver.
O torto pode ser o mais bonito, mais disciplinado, mais perfumado, mais frutífero e mais querido do que os “perfeitos”.


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