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Com o escritor Ignacio Loyola Brandão

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Reunião na Biblioteca

terça-feira, 19 de junho de 2012

A SUPREMA ARTE



Maria de Fátima Rodrigues

Saber falar, ser um orador é uma arte, mas também um dom, assim como tudo que conseguimos aprender com facilidade, e o fazemos com prazer. Acredito que seja porque já o possuímos em nosso âmago, e muitas vezes somente descobrimos estes dons quando necessitamos executá-los para uma tarefa, seja na escola, no trabalho, ou até mesmo doméstica. Cantar, dançar, escrever, cozinhar, esculpir, desenhar, pintar, administrar, fazer rir, representar, enfim, todas as artes que possamos imaginar, muitas delas já estavam ali, bastando uma oportunidade para “aflorar”!
Mas, existe algo inerente a todo ser humano que pode ser despertado: saber ouvir! Não estou me referindo a escutar para aprender algo, mas ouvir alguém a lhe contar algo, a desabafar um problema, uma dúvida, a lhe contar como fez para resolver! E, incluo os profissionais que estudaram para isso, como os psicanalistas, psiquiatras, psicólogos, terapeutas, assistentes sociais, porque eles tiveram que aprender também, se é que realmente o conseguem, há exceções, mas são poucos, esta que considero a mais complexa das Artes!
Ouvir não é julgar atitudes ou dar conselhos. Ouvir, não é nem deixar o outro terminar de falar e começar a contar outra história parecida que aconteceu consigo. Ouvir é uma arte que exige sabedoria, equilíbrio emocional e acima de tudo amor incondicional ao próximo. Exige experiência de vida e cicatrizes na alma! Ouvir é escutar o outro sem julgamentos, pois cada um tem uma história de vida e suas atitudes foram ou são tomadas de acordo com seus valores, não podemos fazer comparações com nada e com ninguém.
É esquecer seus próprios problemas e compromissos naquele momento, esquecer seu próprio ego, porque como escreveu Khalil Gibran”... há os que dão pouco do muito que possuem, e fazem-no para serem elogiados, e seu desejo secreto desvaloriza suas dádivas.”
A arte de ouvir... só poderão utilizá-la, aqueles que aprenderam a ficar em “estado de graça”, e está ali apenas com seu Deus Interior presente, e anular sua própria personalidade para estar receptivo à do outro. Apenas isto, nada mais!
A humanidade está necessitando mais do que nunca de pessoas que pratiquem esta Arte... e mais uma vez citando Gibran:“... há aqueles que dão sem sentir pena nem alegria, e sem pensar em sua  própria virtude,  assim como o mirto espalha sua fragrância, e pelas mãos de tais pessoas Deus fala e através de seus olhos, Ele sorri para o mundo.”
Acredito que saber ouvir seja a Suprema Arte...o bálsamo para a ferida daqueles que precisam de cura física, mental e espiritual!“Audi et alterem partem!” (ouça o outro lado)

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