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Reunião na Biblioteca

segunda-feira, 18 de julho de 2011

O RÁDIO SOBREVIVE

Pedro Israel Novaes de Almeida

Apesar de centenário, o rádio continua sendo o mais popular meio de comunicação.
Sua principal virtude é acompanhar o dono, no quintal, serviço, veículo e até em estádios de futebol, não exigindo a atenção dos olhos, só dos ouvidos. O rádio só perde o encanto quando ligado pelo pedreiro da obra vizinha, ou animando o carro de surdos.
Irradiam músicas e notícias, veiculam avisos oficiais, entrevistam, fazem fofocas e comentam a política e feitos locais. São, todos, políticos, por ação ou omissão.
Grande parte das emissoras pertence a políticos, feudos familiares ou religiões, com poderes para erigir ou demolir mitos, engrandecer ou apequenar imagens, fustigar ou paparicar autoridades. São inegáveis formadores de opinião.
Antigamente, mas já na era da pedra polida, as rádios produziam e transmitiam novelas, verdadeiras obras-primas, pois atraiam audiência e emocionavam montando cenas à base de falas, músicas e sons ambientes.
Para muitos ouvintes, o rádio substitui o relógio, pois a hora é informada a curtos intervalos de tempo. Radialistas ficam famosos pela voz, e poucos são reconhecidos, quando calados.
As rádios são eficazes meios de veiculação publicitária, imbatíveis no meio rural. Pela manhãzinha e ao entardecer, são comuns as músicas sertanejas, notícias e rezas.
Não raro, atropelam o vernáculo, eternizando erros de linguagem e caminhando na contra-mão do ensino de português. Legisladores já cogitaram de estipular multas, a cada erro cometido por profissional do rádio.
No Brasil, as rádios constituem concessões públicas, de nítido direcionamento político, sendo pequeno o número de emissoras comunitárias, título que não garante isenção partidária. Nas renovações, nenhuma sondagem é feita junto à população ouvinte.
Quando direcionadas ao sucesso ou insucesso de grupos políticos, as emissoras tornam-se tendenciosas, com versões e destaques que tentam direcionar a opinião pública. As demandas judiciais decorrentes de inverdades, manipulações aéticas, ofensas à honra alheia, etc., decorrentes da condução indevida de emissoras, deveriam ser noticiadas aos órgãos competentes, para análise quando da renovação de concessões.
O caráter privado das rádios não as exime de seus deveres éticos e constitucionais, pouco exigidos. Possuem função social, informativa e cultural, com entretenimento.
Perante o caos e omissão oficial que ronda o setor, a opção do ouvinte é penalizar, enquanto consumidor, os patrocinadores comerciais de programas aéticos, e, enquanto eleitor, os políticos que permitem ou cometem os atentados ao bom senso e à verdade dos fatos.
Apesar dos pesares, o rádio continua sendo útil à população, principalmente quando informa com isenção e cultua valores e iniciativas meritórias. Quanto maior o número de concessões, maior o estímulo à qualidade dos conteúdos.

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