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Com o escritor Ignacio Loyola Brandão

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Reunião na Biblioteca

domingo, 29 de maio de 2011

Festas Juninas

Maria Cecilia Graner Fessel

São todas mais ou menos iguais, as de escolas, as de igreja, as de clubes, entretanto parece que perderam um pouco o encanto das antigas festinhas das eras A.I ou A.C (leia-se Antes da Internet, Antes do celular....).
Normalmente as festas juninas não eram só para homenagear algum santo, mas uma diversão para toda a família, e também uma forma de angariar fundos para reforma e pintura de capelas, de quadras e bibliotecas escolares, para instalação de bancos de remédios, e toda sorte de necessidades não resolvidas de uma comunidade.
Lá vendia-se de tudo, o tradicional quentão, pastéis, pipocas, bolos, doces e churrasquinho, e sempre havia as famosas barraquinhas de jogos de argola, de pescaria, de fazer a bola passar pela boca do palhaço ou derrubar garrafas e latinhas numeradas. Uma singeleza só.
Também havia “prestação de serviços”, oferecidos por mensageiros, que davam bastante lucro...Nas eras A.I e A.C., os adolescentes não mandavam SMS e torpedos, nem havia câmeras acopladas a telas para “ver sem ser realmente visto”. As pessoas olhavam-se ao vivo, falavam-se ao vivo e em cores. Dançar quadrilha não era só uma representação de cenas do campo, mas uma forma de se trocar de parceiros, tocar-se, sentir os perfumes uns dos outros, roçar os cabelos, envolver ou deixar-se envolver pela cintura ao fazer rodopios...Ali já se firmavam afinidades ou morriam ilusões, antes de um envolvimento maior, tudo sob o olhar da família, e entre as bombinhas e estalinhos jogados pelas crianças...
Por poucas moedas podia-se enviar enviar bilhetinhos amorosos pelo Correio Elegante, mostrar interesse em alguém mandando “ prendê-lo” ou “soltá-lo” da cadeia de bambus, jogar bingo, concorrer a prendas das mais variadas espécies. Aliás, não importava muito O QUE se ganhava, o gostoso era sair da festa com uma toalhinha de renda, um bolo confeitado, um jogo de xícaras, meia dúzia de guardanapos bordados, uma caixa de sabonetes, qualquer coisa já dava um sentimento de realização...E sempre havia a encenação do casamento caipira, os fogos de artifício, a fogueira.
Certa vez, quando ainda lecionava numa escola pública, os professores foram convidados a montar uma barraca para vender bolos, tortas e doces de sua própria fabricação.
Cada um trouxe orgulhosamente o que fazia de melhor, mas estávamos preocupados com o provável insucesso de um “certo” bolo de bananas, que a professora de Ciências fazia regularmente com os alunos, para ilustrar a ação química dos fermentos, e cujos restos acabavam indo parar na sala dos professores na hora do café. Não queríamos que ela se magoasse por não conseguir vender sua obra prima, pois o tal experimento sempre resultava numa coisa intragável...Pois é, para nossa grande surpresa, venderam-se todos os pedaços rapidamente, e cada aluno comprador fazia questão de elogiar cara a cara nossa exigente colega...em cuja matéria havia sempre o maior número de alunos tentando recuperar as péssimas notas...
Adivinhem qual a barraca que deu mais lucro aquele ano...

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